Há muita divergência em torno desse encontro de Page com a Craviola, instrumento brasileiríssimo criado por Paulinho Nogueira. Mas o fato é que o lendário guitarrista do Led Zeppelin teve três Craviolas e com uma delas gravou o clássico “Tangerine” no Led Zeppelin III.
Jimmy teria sido presenteado com o instrumento pelo então agente dos Mutantes Mick Killingbeck em 1972. Rite Lee conta que ela teve a ideia e estava com Killingbeck na ocasião. Mas as datas não batem, pois Tangerine havia sido lançada no final do ano de 1970. Tampouco há registros da vinda do guitarrista ao Brasil antes de 1979.
Mas o fato incontornável é que Jimmy tinha o instrumento e com ele não só gravou o clássico como também fez a turnê americana e pela Europa e Japão, entre os anos de 1971 e 1972, com o instrumento na bagagem, como mostra a capa, de novembro de 1971, do jornal britânico especializado Melody Maker, em que Jimmy Page aparece no ginásio de Wembley, em Londres.


E por que a Craviola?
Paulinho começou a esboçar o instrumento em 1969. Queria algo que tivesse uma sonoridade diferente, que lembrasse a viola, mas que ainda soasse com mais harmônicos. E com a ajuda de Giorgio Giannini, sobrinho do fundador da fábrica Tranquilo Giannini, conseguiu produzir a famosa Craviola — a princípio com doze cordas e que depois ganharia uma versão com somente seis.
Curiosamente, a Craviola soa meio psicodélica. Talvez pela ressonância provocada pela curvatura de sua caixa. Ideal para o que algumas bandas da época estavam buscando.
O curioso leitor que quiser saber mais sobre a Craviola e seu inventor, pode adquirir aqui na lojinha o livro “Simplesmente Paulinho Nogueira”, de Vitor Nuzzi e Marcos Martins.
